DASHER
Senti muita dificuldade... desde o momento de baixar o programa até mesmo em relação asua utilização na realização da atividade. Quando consegui me senti como uma aluno que realmente possui limitações físicas, sentindo na pele o que não passam alunos que não possuem nenhum tipo de tecnologia assistiva aos seus serviços. Porém, após terminar a atividade proposta no módulo 02 (Digitando sem Teclado: possibilidades do Dasher) vi o quanto podemos nos surpreender, superar nossos limites e aprender quando dispomos de recursos metodológicos como o DASHER.
FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES EM TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO ACESSÍVEL
Módulo 2 - Introdução à Informática Acessível
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Modelo para Relatório das atividades do aluno usando Tecnologia Assistiva
A seguir apresentamos um modelo para auxiliar na observação e análise da utilização de uma tecnologia assistiva por um aluno. Este modelo de relatório oferece apenas alguns parâmetros que podem ser adaptados de acordo com os objetivos do professor.
Professor: SABRINA BEZERRA CARNEIRO
A. Aluno: EROS*
1) Perfil do aluno: quem é; tipo de necessidade especial; nível de escolaridade; dificuldades e/ou facilidades;
Eros* e´um menino com 13 anos de idade;esta matriculado no 3º ano do ensino fundamental,mora na zona rural do município e apresenta um quadro de paralisia dos membros inferiores , também de um dos braços e tem crises convulsivas...e´uma criança agitada,apesar de falar muito pouco ( ele também tem problemas de fala). Ele por morar na zona rural faz uso do transporta escolar,viajando diariamente cerca de 20 km. Podemos contar com a participação da família,que e presença constante na escola. As maiores dificuldades apresentadas pelo aluno são as referente a comunicação.
2. Descrição da atividade planejada pelo professor (proposta, intenção, dinâmica...).
A atividade proposta foi a criação de um texto sobre as plantas. Como o aluno tem dificuldades p/ falar, optamos pelas placas de comunicação e criamos um “texto/imagem”(onde substituímos as palavras por imagem...uma espécie de carta enigmática.
Com esta atividade espero melhorar o elo de comunicação entre o aluno e a turma,facilitando a participação do mesmo na atividade(que será em grupo).
3. Tecnologia Assistiva escolhida
Escolhi as placas de comunicação alternativa.
B. Reflexão sobre a experiência:
1. Dúvidas, facilidades e dificuldades no manuseio da tecnologia por parte do aluno
A princípio,senti uma certa angustia,uma vez que o aluno apresenta uma certa resistência a novas atividades...mas num segundo momento ele com a ajuda dos colegas consegui realizar a atividade com sucesso.
.2. Análise da produção do aluno: (qualidade do trabalho; estratégias, raciocínios, conceitos envolvidos...)
Apesar da resistência do aluna em executar a atividade,pude num segundo momento perceber que “ele”,não so entendeu a proposta do mesmo,como também o fez com entusiasmo.
3. Conclusões: (pertinência da atividade, considerações e comentários adicionais, etc.
A atividade que inicialmente parecia uma coisa simplória..tornou-se uma grande auxiliadora no processo de aprendizagem do aluno Eros*,a partir de agora procurarei aperfeiçoar ao maximo as atividades desenvolvidas com ele.
* NOME FCTICIO.
sábado, 20 de fevereiro de 2010
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TECNOLOGIA ASSISTIVA
A Tecnologia Assistiva em Ambiente Computacional e Telemático na Educação de Alunos com Necessidades Especiais
Teófilo Alves Galvão Filho (*)
Luciana Lopes Damasceno (**)
I- Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e a Tecnologia Assistiva
Conforme destacou Vygostsky, é sumamente relevante para o desenvolvimento humano o processo de apropriação, por parte do indivíduo, das experiências presentes em sua cultura. O autor enfatiza a importância da ação, da linguagem e dos processos interativos na construção das estruturas mentais superiores (VYGOTSKY, 1987). O acesso aos recursos oferecidos pela sociedade, escola, tecnologias, etc., influenciam determinantemente nos processos de aprendizagem da pessoa.
Entretanto, as limitações do indivíduo com deficiência tendem a se tornarem uma barreira para esse aprendizado. Desenvolver recursos de acessibilidade, a chamada Tecnologia Assistiva, seria uma maneira concreta de neutralizar as barreiras causadas pela deficiência e inserir esse indivíduo nos ambientes ricos para a aprendizagem, proporcionados pela cultura.
Outra dificuldade que as limitações de interação trazem consigo são os preconceitos a que o indivíduo com deficiência está sujeito. Desenvolver recursos de Tecnologia Assistiva também pode significar combater esses preconceitos, pois, no momento em que lhe são dadas as condições para interagir e aprender, explicitando o seu pensamento, o indivíduo com deficiência mais facilmente será tratado como um "diferente-igual"... Ou seja, "diferente" por sua condição de pessoa com deficiência, mas ao mesmo tempo "igual" por interagir, relacionar-se e competir em seu meio com recursos mais poderosos, proporcionados pelas adaptações de acessibilidade de que dispõe. É visto como "igual", portanto, na medida em que suas "diferenças", cada vez mais, são situadas e se assemelham com as diferenças intrínsecas existentes entre todos os seres humanos. Esse indivíduo poderá, então, dar passos maiores em direção a eliminação das discriminações, como consequência do respeito conquistado com a convivência, aumentando sua auto-estima, porque passa a poder explicitar melhor seu potencial e seus pensamentos.
É sabido que as novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) vêm se tornando, de forma crescente, importantes instrumentos de nossa cultura, e o acesso a elas, um meio concreto de inclusão e interação no mundo (LEVY, 1999).
Essa constatação é ainda mais evidente e verdadeira quando nos referimos a pessoas com deficiência. Como bem sinalizou Mary Pat Radabaugh:
Para as pessoas sem deficiência, a tecnologia torna as coisas mais fáceis.
Para as pessoas com deficiência, a tecnologia torna as coisas possíveis. (RADABAUGH, 1993)
Nesses casos, as TIC podem ser utilizadas ou como Tecnologia Assistiva, ou por meio da Tecnologia Assistiva.
Definindo,
Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social (COMITÊ DE AJUDAS TÉCNICAS, CORDE/SEDH/PR, 2007).
São considerados recursos de Tecnologia Assistiva, portanto, desde artefatos simples, como uma colher adaptada, uma bengala ou um lápis com uma empunhadura mais grossa para facilitar a preensão, até sofisticados sistemas computadorizados, utilizados com a finalidade de proporcionar uma maior independência e autonomia à pessoa com deficiência (GALVÃO FILHO e DAMASCENO, 2006).
Sobre esses "sistemas computadorizados", ou seja, as TIC utilizadas como Tecnologia Assistiva, ou por meio de Tecnologia Assistiva, é que queremos tratar aqui.
As diferentes maneiras de utilização das TIC como Tecnologia Assistiva têm sido sistematizadas e classificadas das mais variadas formas, dependendo da ênfase que quer dar cada pesquisador. Nós, aqui, optamos por apresentar uma classificação que divide essa utilização em quatro áreas (SANTAROSA, 1997 e, na Web, em PROINESP/MEC):
a) As TIC como sistemas auxiliares ou prótese para a comunicação.
b) As TIC utilizadas para controle do ambiente.
c) As TIC como ferramentas ou ambientes de aprendizagem.
d) As TIC como meio de inserção no mundo do trabalho profissional.
a) As TIC como sistemas auxiliares ou prótese para a comunicação: talvez esta seja a área onde as TIC tenham possibilitado avanços mais significativos. Em muitos casos o uso dessas tecnologias tem se constituído na única maneira pela qual diversas pessoas podem comunicar-se com o mundo exterior, podendo explicitar seus desejos e pensamentos.
Essas tecnologias tem possibilitado a otimização na utilização de Sistemas Alternativos e Aumentativos de Comunicação (SAAC), com a informatização dos métodos tradicionais de comunicação alternativa, como os sistemas Bliss, PCS ou PIC, entre outros.
Fernando Cesar Capovilla, pesquisando na área de diagnóstico, tratamento e reabilitação de pessoas com distúrbios de comunicação e linguagem, faz notar que:
Já temos no Brasil um acervo considerável, e em acelerado crescimento, de recursos tecnológicos que permitem aperfeiçoar a qualidade das interações entre pesquisadores, clínicos, professores, alunos e pais na área da Educação Especial, bem como de aumentar o rendimento do trabalho de cada um deles. (CAPOVILLA, 1997).
b) As TIC, como Tecnologia Assistiva, também são utilizadas para controle do ambiente, possibilitando que a pessoa com comprometimento motor possa comandar remotamente aparelhos eletrodomésticos, acender e apagar luzes, abrir e fechar portas, enfim, ter um maior controle e independência nas atividades da vida diária.
c) As dificuldades de muitas pessoas com necessidades educacionais especiais no seu processo de desenvolvimento e aprendizagem têm encontrado uma ajuda eficaz na utilização das TIC como ferramenta ou ambiente de aprendizagem. Diferentes pesquisas têm demonstrado a importância dessas tecnologias no processo de construção dos conhecimentos desses alunos (NIEE/UFRGS, NIED/UNICAMP, InfoEsp/OSID e outras).
d) E, finalmente, pessoas com grave comprometimento motor vêm podendo tornar-se cidadãs ativas e produtivas, em vários casos garantindo o seu sustento, através do uso das TIC.
Com certa frequência essas quatro áreas se relacionam entre si, podendo determinada pessoa estar utilizando as TIC com finalidades presentes em duas ou mais dessas áreas. É o caso, por exemplo, de uma pessoa com problemas de comunicação e linguagem que utiliza o computador como prótese de comunicação e, ao mesmo tempo, como caderno eletrônico ou em outras atividades de ensino e aprendizagem.
II- Utilizando a Tecnologia Assistiva em Ambiente Computacional e Telemático
Nosso interesse específico aqui é apresentar um pouco mais detalhadamente alguns recursos de Tecnologia Assistiva para o acesso ao computador e à internet, utilizadas no trabalho educacional com alunos com necessidades especiais. Ou seja, o acesso ao ambiente educativo computacional e telemático, feito por meio de Tecnologia Assistiva.
Conforme tem sido detectado:
A importância que assumem essas tecnologias no âmbito da Educação Especial já vem sendo destacada como a parte da educação que mais está e estará sendo afetada pelos avanços e aplicações que vêm ocorrendo nessa área para atender necessidades específicas, face às limitações de pessoas no âmbito mental, físico-sensorial e motoras com repercussão nas dimensões sócio-afetivas. (SANTAROSA, 1997).
Em nosso trabalho educacional, portanto, utilizamos adaptações com a finalidade de possibilitar a interação, no computador, de alunos com diferentes graus de comprometimento motor e/ou de comunicação e linguagem, em processos de ensino e aprendizagem.
Essas adaptações podem ser de diferentes ordens, como, por exemplo:
[...] adaptações especiais, como tela sensível ao toque, ou ao sopro, detector de ruídos, mouse alavancado a parte do corpo que possui movimento voluntário e varredura automática de itens em velocidade ajustável, permitem seu uso por virtualmente todo portador de paralisia cerebral qualquer que seja o grau de seu comprometimento motor (Capovilla, 1994).
(Magalhães, Leila N. A. P. et al, in http://www.c5.cl/ieinvestiga/actas/ribie98/111.html).
Nós classificamos os recursos de acessibilidade que utilizamos em três grupos:
1- Adaptações físicas ou órteses.
São todos os aparelhos ou adaptações fixadas e utilizadas no corpo do aluno e que facilitam a interação do mesmo com o computador.
2- Adaptações de hardware.
São todos os aparelhos ou adaptações presentes nos componentes físicos do computador, nos periféricos, ou mesmo, quando os próprios periféricos, em suas concepções e construção, são especiais e adaptados.
3- Softwares especiais de acessibilidade.
São os componentes lógicos das TIC quando construídos como Tecnologia Assistiva. Ou seja, são os programas especiais de computador que possibilitam ou facilitam a interação do aluno com deficiência com a máquina.
1- ADAPTAÇÕES FÍSICAS OU ÓRTESES:
Quando buscamos a postura correta para um aluno com deficiência física, em sua cadeira adaptada ou de rodas, utilizando almofadas, ou faixas para estabilização do tronco, ou velcro, etc., antes do trabalho no computador, já estamos utilizando recursos ou adaptações físicas muitas vezes bem eficazes para auxiliar no processo de aprendizagem dos alunos. Uma postura correta é vital para um trabalho eficiente no computador.
Alguns alunos com seqüelas de paralisia cerebral têm o tônus muscular flutuante (atetóide), fazendo com que o processo de digitação se torne lento e penoso, pela amplitude do movimento dos membros superiores na digitação. Um recurso que utilizamos é a pulseira de pesos que ajuda a reduzir a amplitude do movimento causado pela flutuação no tônus, tornando mais rápida e eficiente a digitação. Os pesos na pulseira podem ser acrescentados ou diminuídos, em função do tamanho, idade e força do aluno. Determinado aluno nosso, por exemplo, utiliza a capacidade total de pesos na pulseira devido a intensidade da flutuação de seu tônus e também porque sua complexão física assim o permite.
Pulseira de pesos
Aluno com pulseira
e teclado fixado
Pulseira de pesos
Outra órtese que utilizamos é o estabilizador de punho e abdutor de polegar com ponteira para digitação, para alunos, principalmente com paralisia cerebral, que apresentam essas necessidades (estabilização de punho e abdução de polegar).
Estabilizador de punho
e abdutor de polegar
Com ponteira para
digitação
Além dessas adaptações físicas e órteses que utilizamos, existem várias outras que também podem ser úteis, dependendo das necessidades específicas de cada aluno, como os ponteiros de cabeça, ou hastes fixadas na boca ou queixo, quando existe o controle da cabeça, entre outras.
Haste fixada na cabeça
para digitação (foto: catálogo
da empresa Expansão)
AUTORES:
(*) Teófilo Alves Galvão Filho (www.galvaofilho.net): Mestre e Doutor em Educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), especialista em "Informática na Educação" e engenheiro. Professor universitário e membro do Comitê de Ajudas Técnicas da Presidência da República (Secretaria Especial dos Direitos Humanos - SEDH/PR) - teofilogalvaofilho.net, teogfufba.br .
(**) Luciana Lopes Damasceno (lucianalopesdamasceno.vilabol.uol.com.br): Pedagoga, especialista em "Projetos Educacionais e Informática" e em "Alfabetização Infantil". É professora do Instituto de Cegos da Bahia e da Informática Educativa do CRPD/OSID - lucidamascenouol.com.br.
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